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Psicofobia: o preconceito por transtornos mentais

  • Foto do escritor: Prof. Dr. João Quevedo
    Prof. Dr. João Quevedo
  • 2 de jun. de 2021
  • 2 min de leitura

Psicofobia é o preconceito que a população mal informada tem a respeito de pessoas com transtornos mentais e que pode levar à discriminação e ao suicídio de quem sofre. É preciso informação correta, acolhimento e apoiar o tratamento adequado.



Apesar de quase um bilhão de pessoas viverem com algum transtorno mental, segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), ainda é muito comum que a população tenha algum tipo de preconceito a respeito do tema. É a chamada Psicofobia.


O fato é relevante, já que faz com que muitos indivíduos deixem de buscar tratamento por receio do que sofrerão na sociedade. Seja no trabalho, com amigos ou na família, sabem que podem ser estigmatizados como “fracos” e “loucos”. Muitos enfrentam uma situação ainda pior, sendo afastados do convívio social, vivendo como pessoas invisíveis e sem direitos.


A falta de apoio e tratamento nesses casos, bem como sofrer preconceito, agrava os quadros, que por muitas vezes já são limitantes, resultando no mais temido desfecho, o suicídio. Ainda de acordo com a OPAS, cerca de 800 mil pessoas morrem dessa forma todos os anos e muitas outras tentam, sendo a principal causa de morte entre jovens.


Vale ressaltar que a discriminação, o abuso e o desrespeito contra pessoas com transtornos mentais é passível de pena no Brasil. porém, mais do que criminalizar, é fundamental alertar sobre o assunto.


O dia 12 de abril foi estabelecido como o “Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia”. A data foi escolhida em homenagem a Chico Anysio, figura inigualável do humor brasileiro. Durante uma entrevista, ele contou que fazia tratamento para depressão e acreditava que quanto mais falasse sobre o transtorno, mais atenuaria o cenário de preconceito e a vergonha daqueles que também eram deprimidos. A data é muito importante porque traz luz à necessidade de esclarecimento sobre os transtornos e o fim dos seus estigmas.


O caminho é principalmente popularizar informações. Entender as possíveis alterações comportamentais dos transtornos e os pensamentos que eles trazem, seja seu ou de alguém próximo. Este é um meio de deixar de disseminar falsas informações ou usar de termos errôneos sobre a temática e, assim, diminuir as feridas que essa atitude cultiva.


Além disso, buscar e apoiar um tratamento e o fazer de forma adequada é benéfico também nesse combate, visto que melhora o quadro do transtorno, possibilitando manter ou até mesmo melhorar as atividades comuns.


“Se não fosse o tratamento psiquiátrico, não teria feito nem 20% do que fiz em minha vida.” (Chico Anysio)

João Luciano de Quevedo

Médico Psiquiatra - Doutor em Ciências Biológicas

CRM-SC 9.060 | RQE 5.058

Coordenador do Programa de Psiquiatria Translacional e Diretor da Clínica de Depressão Resistente ao Tratamento da Universidade do Texas (UTHealth), EUA.


Colaboração: Maria Eduarda Mendes Botelho

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Médico Psiquiatra

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